JM

LÚCIA MARIA LUTA PARA MANTER VIVA A CULTURA PAIACU

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

História muito feia



Lúcia Maria Tavares nasceu em Apodi no dia 18 de janeiro de 1961. Oriunda do sítio Córrego, na região da areia, teve uma vida muito carente, mas desde a infância foi curiosa pela história dos bisavós, que diziam ter sido “pegos a casco de cavalo”.
Quando perguntava, sua mãe dizia que “era uma história muito feia”, demonstrando vergonha daquilo que seus pais a mandavam esquecer.
Estudou no antigo colégio Isauro Camilo de Oliveira, conhecido também como “grupo de pés descalços” por atender pessoas pobres da região do Alto, em Apodi.
Fez apenas até a 5ª série. Aos 16 anos largou a escola para se casar com Erione Marinho de Paiva com quem conviveu durante cinco anos e teve um filho: Abdala Paiva, hoje com 41 anos.
Quando se separou, passou muita dificuldade financeira, mas o estopim para mudar de vida começou em uma prévia do natal, quando ela não tinha como dar um simples brinquedo ao filho. Lembrança que lhe entala a garganta e mareja os olhos até hoje.
Decidiu ir a São Paulo em busca de melhoria de vida, como fazia grande parte dos nordestinos. Instalou-se na casa de parentes e logo na primeira semana conseguiu emprego de cuidadora de uma idosa de 90 anos.
Ficou no trabalho seis meses quando uma amiga, de nome Joana, lhe ofereceu ensinar a costurar. Aprendeu logo. Começou a produzir “japona” um tipo de jaqueta vendida por bolivianos no Brás.
“Em São Paulo passei muito sufoco e necessidade, mas em Apodi era pior, sem amparo algum”, lembra Lúcia.
Devido à rotina puxada da capital paulista, mandou o filho de volta a Apodi para morar com o pai, mas nunca lhe deixou faltar nada. Só queria voltar do Sudeste quando tivesse condições de comprar uma casa.
FONTE – SUBSTANTIVO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem sou eu

Minha foto
PORTAL TERRAS POTIGUARES NEWS - MOSSORÓ-RN