Lúcia
Maria Tavares nasceu em Apodi no dia 18 de janeiro de 1961. Oriunda do sítio
Córrego, na região da areia, teve uma vida muito carente, mas desde a infância
foi curiosa pela história dos bisavós, que diziam ter sido “pegos a casco de
cavalo”.
Quando
perguntava, sua mãe dizia que “era uma história muito feia”, demonstrando
vergonha daquilo que seus pais a mandavam esquecer.
Estudou
no antigo colégio Isauro Camilo de Oliveira, conhecido também como “grupo de
pés descalços” por atender pessoas pobres da região do Alto, em Apodi.
Fez
apenas até a 5ª série. Aos 16 anos largou a escola para se casar com Erione
Marinho de Paiva com quem conviveu durante cinco anos e teve um filho: Abdala
Paiva, hoje com 41 anos.
Quando se separou, passou muita dificuldade
financeira, mas o estopim para mudar de vida começou em uma prévia do natal,
quando ela não tinha como dar um simples brinquedo ao filho. Lembrança que lhe
entala a garganta e mareja os olhos até hoje.
Decidiu
ir a São Paulo em busca de melhoria de vida, como fazia grande parte dos
nordestinos. Instalou-se na casa de parentes e logo na primeira semana
conseguiu emprego de cuidadora de uma idosa de 90 anos.
Ficou
no trabalho seis meses quando uma amiga, de nome Joana, lhe ofereceu ensinar a
costurar. Aprendeu logo. Começou a produzir “japona” um tipo de jaqueta vendida
por bolivianos no Brás.
“Em
São Paulo passei muito sufoco e necessidade, mas em Apodi era pior, sem amparo
algum”, lembra Lúcia.
Devido
à rotina puxada da capital paulista, mandou o filho de volta a Apodi para morar
com o pai, mas nunca lhe deixou faltar nada. Só queria voltar do Sudeste quando
tivesse condições de comprar uma casa.
FONTE – SUBSTANTIVO
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